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Princípios e Modelos de Atuação do Educador Social

 

    Todas as profissões têm princípios e modelos, até mesmo um código deontológico que se devem conduzir e a educação social não é exceção.

 

    Para uma melhor compreensão do que é educação social tendo em conta como referido na aula o serviço social e os princípios e modelos de atuação do educador social iremos explicar no ponto abaixo.

 

    Para Adalberto Dias de Carvalho e Isabel Baptista (2004) a educação social deve ser capaz "de se "produzir a si mesma” e ao mesmo coproduzir os "laços sociais”. O "objeto” da intervenção é a própria relação educativa.”

 

    O educador social encontra-se atento a várias lacunas na sociedade para que "resulte numa aprendizagem cooperativa entre pares e que, pela competência comprovada desses profissionais, haja humildade para reconhecer a autoridade pedagógica mutua implicada na intervenção para que se produza a ação justa junto da comunidade” (José Luís Gonçalves, 2014);

 

    Segundo Daniel Hameline (1986) "(...) é simultaneamente, um prático, um especialista e um militante.”

    Em relação ao conhecimento profissional a educação social deve reger-se por modelos e princípios fundamentais, sendo estes: o modelo tutelar ( até 1965) que coloca o amor pelo outro como determinante na educação, sendo o educador uma figura familiar com autoridade e com sérios riscos de criar uma dependência, o modelo técnico (de 1965 a 1990) que apela ao rigor científico porque tem em conta a subjetividade do modelo anterior e o modelo reflexivo (a partir de 1990) em que o educador problematiza a complexa realidade das situações, impondo-se de forma autónoma e responsável, de acordo com os problemas que se lhe deparam. Carvalho e Baptista (2004:103)

 

    Mas, em todos os momentos, é preciso respeitar os outros aplicando os princípios de:

 

  • Princípio da liberdade para nós e para os outros

  • Princípio da emancipação atuando com independência;

  • Princípio da verdade, cultivando a verdade e autenticidade;

  • Princípio do valor da vida na relação com os outros;

  • Princípio do autodesenvolvimento onde o bem - estar físico, mental e social de todos é fundamental;

  • Princípio da privacidade no respeito pela integridade do ser humano

 

    Tendo em conta estes modelos e princípios a formação de um educador social nasce da interceção de várias práticas e identidades profissionais, que têm em comum uma intencionalidade educativa e uma intervenção em e a partir dos mais variados contextos.

 

    Carvalho e Baptista (2004) referem quão difícil é conciliar num mesmo ator o desempenho simultâneo de papéis, pois consideram o educador social como um prático, porque é pragmático e concreto, como um militante, dado ser um idealista que luta pelas suas convicções e como um especialista, porque é um prospetivo que balança entre o militante e o prático (p. 84). Importa referir novamente a importância dos modelos e princípios para o papel do educador em contexto teórico-prático.

 

    Este deve ser um mentor, companheiro que assegurará um desenvolvimento harmonioso de uma identidade pessoal e profissional com base nos mesmos.

 

    O educador social é tido como uma referência, pois não está em causa apenas o saber mas o próprio educador como pessoa, valores, costumes, princípios, com os seus medos, suas dúvidas, as suas certezas, as suas verdades que lhe confere um papel determinante em todo o processo.

 

    Por outro lado, existem algumas dificuldades que o educador social enfrenta sendo reais e determinadas que constituem uma fronteira à sua atuação.

 

    Como o crescente reconhecimento da autonomia dos educandos como um direito que terá que ser garantido, o aumento das populações alvo com as quais o educador social tem de lidar, o grau de complexidade das tarefas desempenhadas, a criação de um bom clima relacional e de diálogo, a responsabilidade assumida pelo garante do bem- estar do educando, o reconhecimento da formação contínua. (p. 104)

 

    Em suma, deve a ver uma cooperação entre todos os atores intervenientes e atuantes na construção de projetos de vida que possam ser sentidos como sendo de todos, em geral e de cada um em particular. Deverá por em prática a multiplicidade de técnicas e de estratégias tendo em conta os modelos e princípios de atuação adquiridas durante e ao longo da sua formação como pessoa e como profissional.

 

    Contudo, o educador social deve assumir a responsabilidade profissional e assumir uma atitude de análise crítica e reflexiva permanente tendo em conta a hierarquização dos princípios em que numa dada situação podem entrar em conflito.

 

    Assim, este deve defender a dignidade e o respeito da pessoa humana, salvaguardando o bem-estar de qualquer pessoa que procure os seus serviços não praticando qualquer acto ou palavra passível de lesar os actores com quem vier a exercer a sua actividade profissional.

 

    Note-se que não deve violar os princípios deontológicos da profissão, deve manter boas relações com os outros profissionais e educandos com quem trabalha, devendo limitar o seu trabalho ao âmbito da sua actividade profissional, institucionalmente deve respeitar a obrigatoriedade de sigilo profissional.

 

 

Diana Silva, Gisela Sousa, Vera Carmo

 

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